A acessibilidade é uma questão que vem sendo discutida desde as duas décadas finais do século XX. Muito se tem falado em permitir que os portadores de necessidades especiais possam realizar suas atividades cotidianas. O que observamos é que, muitas vezes, esses cidadãos não têm o seu direito adquirido.
No contexto atual de desenvolvimento científico e tecnológico, acessibilidade é garantir ao cidadão interagir com as novas tecnologias e poder alcançar seus objetivos ao usar ou visitar um sistema computacional. Entretanto, não devemos nos esquecer do conceito antigo de acessibilidade que envolve a transposição de barreiras arquitetônicas, físicas, comunicacionais, psicológicas, sociais, dentre outras a fim de o cidadão ter seus direitos garantidos de se apropriar do patrimônio cultural historicamente produzido.
A acessibilidade que discorreremos, neste trabalho, está ligada à informática, a qual deve estar assegurada a qualquer tipo de visitante ou usuário. Segundo estudos do CEFET (2007) independente da “capacidade motora, visual, auditiva, mental, computacional, cultural e social.” (CEFET, 2007, pag 1). Este direito é para os portadores ou não de necessidades especiais. Neste sentido, a acessibilidade diz respeito à flexibilidade e uso de tecnologias assistivas. A acessibilidade difere da usabilidade, pois enquanto a primeira fala de garantir os direitos ao cidadão de ter acesso às ferramentas das novas tecnologias e suas produções, a segunda fala do nível de facilidade em se usar um serviço das novas tecnologias e suas produções, seja um Software, um Hardware, uma tecnologia móvel, dentre outras.
O conceito de acessibilidade ligado à informática envolve diversas atividades que o portador de necessidades especiais precisa executar e para isso, é necessário tirar os obstáculos, sendo necessário alargar os conceitos do termo. A expressão acessibilidade
presente em diversas áreas de atividade, tem também na informática um importante significado. Representa para o nosso usuário não só o direito de acessar a rede de informações, mas também o direito de eliminação de barreiras arquitetônicas, de disponibilidade de comunicação, de acesso físico, de equipamentos e programas adequados, de conteúdo e apresentação da informação em formatos alternativos. (http://www.acessobrasil.org.br)
A acessibilidade deve ser um direito de todos os usuários dos meios virtuais, pois “não devemos excluir pessoas, pois é desperdício de tempo; desperdício de recursos humanos; desperdício de dinheiro e por questões éticas.” (CEFET, 2007). Perde-se muito ao excluir pessoas dos direitos sociais assegurados. O bem cultural deixa de ser proporcionados a muitos e, em função disso, gera-se um desperdício de recursos financeiros.
Todas as pessoas têm o direito à acessibilidade: idosos, apressados, pessoas cansadas e, principalmente, os portadores de necessidades especiais. Há, ainda, outras situações ou limitações nas quais o usuário pode se apresentar como necessidades especiais. São elas:
incapacidade de ver, ouvir ou deslocar-se; dificuldade para ler ou compreender textos; dificuldade em usar o teclado ou mouse; dificuldade para falar ou compreender, fluentemente, a língua em que o documento foi escrito. Ocupação dos olhos, ouvidos ou mãos, por exemplo, ao volante a caminho do emprego, ou no trabalho em ambiente barulhento. Desatualização, pelo uso de navegador com versão muito antiga, ou navegador completamente diferente dos habituais, ou por voz ou sistema operacional menos difundido. ( www.acessobrasil.org.br )
As necessidades especiais não se relacionam apenas a problemas físicos ou mentais, mas a situações ou características em que o usuário seja impedido de realizar suas atividades por alguma outra limitação.
No Brasil, existe um grande índice de portadores de necessidades especiais. O IBGE (1990), segundo seus estudos levantou dados de exclusão social e diz que 14,5% da população brasileira tem necessidades especiais. Deste percentual, 15 milhões são pessoas com mais de 65 anos. Cerca de 6 milhões, são pessoas com mais de 65 anos e com alguma necessidade especial, para um total de 170 milhões de pessoas. Mas como mudar este quadro no nosso país?
Este trabalho exige um esforço de vários setores sócio-econômicos e políticos. Depende do governo, lançando recursos nesta área. Depende da Engenharia computacional. Depende do design industrial. Depende da área educativa, neste aspecto, a área pedagógica. A pedagogia pode contribuir para a acessibilidade.
A pedagogia é a ciência da Educação e tem como objetivo possibilitar a aprendizagem do educando através de metodologias , nas quais, o ser que aprende se comporte como sujeito ativo na construção do conhecimento. Este sujeito da aprendizagem precisa estar em conexão com o objeto de estudo, desconstruindo e reconstruindo o conhecimento. O papel do professor, neste aspecto, é fazer a mediação entre o ser que aprende, o objeto de estudo e outros sujeitos da aprendizagem.
Sendo os sistemas computacionais algo muito complexo e considerando as limitações do portador de necessidades especiais, podemos dizer que a aprendizagem fica mais fácil quando ocorre acessibilidade e interação social. O portador poderá ter acesso a um trabalho na Internet ou fora dela, através da ajuda de outras pessoas, por isso, os processos pedagógicos devem estar em sintonia com as inovações do contexto mundial do século XXI.
Como fazer isso? Utilizando as tecnologias assistivas e recursos do usuário. Pode-se valer, também, de sites específicos para cada necessidade especial ou não. O uso de ferramentas como áudio-games, hiper histórias. Os softwares e hardwares com dispositivos para partes específicas do corpo, também, são de grande importância. Os criadores de software e sites também devem ter conhecimento das necessidades especiais, na hora de elaborar um novo modelo de sistema
Estes recursos, aliados a uma boa metodologia de ensino, equipamentos, verbas e formação específica dos profissionais da área da educação poderão contribuir para a acessibilidade. Para isto, é necessário a implantação de políticas públicas específicas na educação, pois isto é uma responsabilidade de toda a sociedade e do governo.
REFERÊNCIAS
IBGE. 1990 – disponibilidade em HTTP: // WWW.ibge.gov.br – acesso em 12 de junho de 2010
O que é acessibiliadade? - disponível em http://www.acessobrasil.org.br – Acesso em 12 de junho de 2010
Usabilidade e acessibilidade: novas orientações no uso de novas tecnologias - Centro Federal de Educação Tecnológica da Paraíba – CEFET-PB, Paraíba: 2007
infelizmente todas as políticas públicas que contemplam a acessibilidade dos portadores de necessidades especiais imperram no meio do caminho quando o assunto é o cumprimento das mesmas. O professor de escolas públicas por exemplo se vê obrigado a acolher em sua sala alunos com necessidades especiais porém nenhuma mudança na estrutura física do seu ambiente é feita e muitas vezes o sistema nem mesmo qualifica este professor para que ele possa lidar com este aluno e assim possa oferecer-lhe oportunidade de crescimento e inclusão.
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